A mulher que vive em mim, vive.

A mulher que vive em mim, não só fala, mas ouve e escreve.

A mulher que vive em mim, observa.

A mulher que vive em mim, é ousada.

A mulher que vive em mim, nem sempre é acessível, e nem tudo ela acessa.

A mulher que vive em mim, não briga por coisas bobas.

A mulher que vive em mim, é arisca, mas quando dá ela arrisca.

A mulher que vive em mim, não tem medo da escuridão e nem do dia.

A mulher que vive em mim, gosta de banho de chuva, de banho de sol e banho de lua.

A mulher que vive em mim, odeia coleiras e correntes sociais.

A mulher que vive em mim, repudia as gaiolas que a querem prender.

A mulher que vive em mim, não nasceu para amar pouco.

A mulher que vive em mim, pode até cair nas funduras mas emerge sorrindo.

A mulher que vive em mim, gosta e se delicia no seu silêncio.

A mulher que vive em mim, vive abraçada com os ventos.

A mulher que vive em mim, quase sempre serra seus ouvidos.

A mulher que vive em mim, é errônea, é um tanto pecadora.

A mulher que vive em mim, vive o hoje, depois o amanhã.

A mulher que vive em mim, só quer viver, entre o nascer e o morrer.