A moça tecelã
Nem bem raiava o dia
Seu trabalho ela iniciava.
Sua vida era só alegria
Nada lhe faltava.
Tecendo ela trazia a primavera,
O frio, o calor, a noite, o dia,
O sol, as nuvens, a chuva
E até mesmo o amor.
Tecer era tudo o que fazia.
Tecer era tudo o queria fazer.
Quando a solidão ela sentiu
Não pensou duas vezes
Um marido ela teceu...
Ao seu lado foi feliz
Por alguns instantes
Porque ele logo transformou
A vida dela tão infeliz
Como ela nunca o fora antes.
Seus dias eram tristes
Apenas cumpria os caprichos
Do marido...
Não tinha mais tempo
Para arrematar o dia
Não tinha mais tempo para
Apreciar o sol
Não tinha mais tempo
Para sentir o perfume
Das flores...
Enclausurada em sua solidão
Incapaz de abrir a porta da prisão
Ela se permitiu viver
Naquela total escuridão.
Um dia, porém, cansada,
Do cativeiro resolveu fugir.
Mais que depressa abandonou
Tudo o que possuía.
Como uma fênix
Abriu suas asas e voou
Rumo ao infinito
Em busca de um recomeço
Tranquilo, sereno e bonito...
Comentários
Lindo texto. Parabéns Isolti.
Lia Reis | 22/08/2022 ás 19:41 Responder Comentários