A MINHA ALMA SE AFOGOU NO RIO
Poesias Gaúchas | Antologia Clube da Poesia e Declamação Gaúcha | CARLOS OMAR VILLELA GOMESPublicado em 03 de Novembro de 2025 ás 13h 22min
|
|
A MINHA ALMA SE AFOGOU NO RIO CARLOS OMAR VILLELA GOMES A minha alma se afogou no rio... |
Minha alma se afogou, foi sem anúncio,
Sem participação, comunicado...
Não avisou amigos nem amores,
Não avisou sequer a mim do fato...
Quando me vi, estava abandonado,
Só me restando um vulto... ...e o relato.
A minha alma se afogou no rio,
Não encontrei sequer restos mortais;
Apenas, num suspiro, se esvaiu...
Um barco naufragado que sumiu,
Fazendo desse rio seu nunca mais.
Talvez seja pela cruz plantada,
Pelo rosto moço num retrato antigo...
Talvez seja pelas esperanças
Que se amiudaram nos estios da vida.
Talvez pelos combates, dia a dia,
Minha alma implorasse parceria
E eu, cansado demais, não soube ouvir;
Quem sabe ao afundar por essas águas,
Quisesse minha mão para salvá-la...
A mão que, sem razão, não estendi.
A minha alma se afogou no rio...
Talvez querendo um beijo das estrelas
Que pintavam de luz as corredeiras,
Minha alma, sedenta, se jogou;
Quem sabe, sem querer, se confundiu,
Pois via nas funduras desse rio
Apenas um espelho do que sou...
...Ou talvez o rio seja a liberdade
Que a minha alma, em mim, não encontrou!
Livro: Antologia Clube da Poesia e Declamação Gaúcha