Hoje a lua não saiu, se escondeu,
Era o seu dia de brilhar no céu imenso,
De correr de um canto ao outro, no breu,
Mas ficou presa em um silêncio denso.
Seu brilho era para cobrir todos e tudo,
Banhar de luz o mundo adormecido,
Mas as nuvens choravam, em pranto mudo,
E o céu ficou por elas encoberto e perdido.
As lágrimas das nuvens ofuscaram sua luz,
E a noite, sem estrela, ficou sem cor,
Como se a própria lua carregasse uma cruz.
Hoje, sem você, a escuridão se fez maior,
E o céu, que tanto te esperou, ficou assim,
Sem brilho, sem sonho, tão longe de mim.