A LOUCURA DO POETA
O poeta desliza sua pena no meio do mundo
Descreve, desfere golpes com luvas de pelicas
Floreia, encanta, remenda e grita.
Rabisca histórias, cria estórias.
Emoldura sentimentos, perola lágrimas.
Inventa palavras... quando as que já existem não são suficientes para extravasar o vulcão de sua alma.
Baila com as sílabas, brinca com os homônimos, homófonos e parônimos.
Mordo a manga, passo a manga... Não manga de mim não...
Forjo minhas palavras no aço e asso o pão que o diabo amassou.
Posso escancarar, esbravejar, sacanear e chuá... chuá... afouuus
Zombar da morte com maestria
Chorar em rimas entre risos
Enfeitar o frio infernal com gotícula eternal.
Dar asas a anjos e compor estrofes ao som do bater de uma asa aqui outra ali.
Elevar orações aos céus em meio aos versos suplicantes com emoção
Entender a alma da mulher e pular corda colorida na praça salpicada de bolinhas de sabão.
Pular de um mundo pro outro voando dentro do cesto de um balão
Aos acordes de um simples violão
Deflagrar a guerra dos sexos
Ou eternizar um amor escondido, esquecido no fundo do coração
Compor as notas das guerras dos mundos
Ou saborear o vinho na boca de Baco... deitado na curva da lua em cima do barracão.
Obs.: Este poema faz parte do livro Iziz de Andrade e seus Convidados.
Comentários
Gostei do seu poeta louco que saboreia o vinho na boca de Baco! Genial! Parabéns!
ENOQUE GABRIEL | 22/03/2022 ás 17:08 Responder Comentários