A LAMPARINA DA ALMA
Poemas | Antologia Val Castilho e convidados | Edson BentoPublicado em 18 de Outubro de 2024 ás 19h 27min
A Lamparina da Alma
Acende, meu bem, a lamparina
Para iluminar minha dor,
Porque quero saber a cor
Dessa minha pobre e triste sina,
E a causa desse amor desinteressado
e enganador!
Esta chama que me é repentina
Deixa em cinzas minha calma,
Abre cicatrizes, aumenta o trauma,
E pelo pavio da dor tosta e calcina,
Queimando o silêncio da minha
alma!
A fumaça dessa dor contamina,
Tem um forte cheiro de enxofre;
É densa, fétida, vil e podre.
Sua cor baça burla minha retina;
A menina dos meus olhos deixou de
ser doce!
O seu cheiro descolore a cortina;
Nessa sina não mais acredito.
Serve-me uma dose de absinto,
Apaga o fogo dessa lamparina!
Já não sei mais o que ainda
sinto!
Edbento