Neste Brasil colonizado, de viés capitalista liberal, a esquerda tem se mantido viva, pela noção da necessidade de caminhar em coletivo e no coletivo. Qualquer indivíduo socialmente reconhecido como “esquerdista”, caso queira ousar andar sozinho nas veredas da política, aprenderá uma dura lição.
Aqui na minha cidade não foi diferente, com uma única cadeira no parlamento municipal, a vereadora seguiu sozinha os quatro anos de seu mandato, ouvindo apenas um grupo de pessoas muito pequeno, esquecendo-se, das diversas bases que compõe o campo da esquerda brasileira, que aqui no município não é diferente.
Pior, sem ouvir os companheiros, botou o prefeito de extrema-direita debaixo do braço e levou para Brasília, lhe abrindo portas, sem antes ouvir as bases, sem qualquer negociação política para o coletivo. Desavisadamente e sem ouvir ninguém, subiu no palanque de inauguração, tirou foto com o prefeito, cujos correligionários a ameaçaram de morte, alguns meses antes, como se esquerda e direita não tivessem visão e posicionamentos humanos inconciliáveis, valores dos quais não se pode prescindir.
De forma misteriosa, o seu partido, que hoje encabeça a presidência da república, lançou uma candidatura majoritária, que não durou setenta em duas horas, um vexame, uma vergonha para o Partido dos Trabalhadores, um dos maiores e mais sólido partido da América Latina.
Assim, sem uma candidatura majoritária e sem estar fazendo parte de nenhuma coligação, tendo em vista, que ambas as coligações inscritas no pleito eram de viés extremista de direita, fez com que a candidata tivesse um excelente êxito nas urnas, mas, não conseguiu a manutenção da cadeira legislativa, pois, esqueceu a Vereadora e os líderes do partido, da necessidade do coeficiente eleitoral, ou seja, do grupo.
No município do lado, onde o coletivo está unido e forte, a cadeira não foi perdida, porque houve o lançamento de uma candidatura na majoritária, mantendo assim, o grupo coeso e forte, garantido um desempenho partidário razoável, que garantiu o coeficiente necessário para a manutenção da cadeira legislativa. Ou seja, trabalho em grupo!
Já por aqui, a esquerda amarga uma dura lição, de que caminhar sozinho ou em gueto, esquecendo a diversidade dos grupos que compõe o progressismo brasileiro, significa a morte política, mesmo que tenha obtido uma expressiva votação.
Dor de cotovelo à parte, existe uma pergunta que insiste em não calar: por que o partido desistiu da majoritária, hein?