A HIPOCRESIA DO MORCEGO
A muito , muito tempo atrás, todos os animais eram directamente liderados pelo Homem. Este por estar tão cansado em resolver os problemas que estes lhe apresentavam ,achou melhor dividi-los em classes, espécies e habitats para melhor os governar. Os problemas simples que eles tinham eram resolvidos pelos chefes de cada espécie de animais e os mais graves eram resolvidos por ele.
Certo dia , o homem foi à machamba . Pelo caminho, num entroncamento, ele viu um morcego morto. De imediato , ele foi ao encontro do rei dos pássaros e disse:
--- Senhor rei dos pássaros, vá naqueles entroncamento entre o vosso habitat e o dos ratos, há um pássaro morto.
De imediato , o rei dos pássaros mandou os seus guardas para enterrar o morto e para a sua surpresa , os enviados voltaram ao encontro do seu líder dez minutos depois e um deles disse ao rei:
---- Sua majestade, o morto que encontramos no entroncamento é muito semelhante a nós pois tem pernas e asas mas em vez de ter bico , ele tem boca e dentes.
Através destas características tanto o homem e os pássaros concluíram que o morto pertencia a família dos ratos. De imediato, o homem foi à aldeia dos rato e informou sobre o sucedido ao rei destes e este por sua vez mandou de imediato os guardas para enterrarem o defunto e para a sua surpresa os seus guardas voltaram ao seu encontro dez minutos depois da ordem que lhes deu.
---- Sua majestade , o morto que encontramos no entroncamento é muito semelhante a nós pois tem uma boca e dentes como os nossos--- dizia um guardas quando de imediato o seu rei o interrompeu, irritado :
---- Por que não enterraram?
---- Sua majestade , porque ele é muito parecido com os pássaros do que connosco pois tem asas e nos não as temos.--- Justificou um dos guardas.
---- E as pernas dele são bem diferentes das nossas e semelhantes com as das aves e nós cremos que em vida ele também voava como os demais pássaros tem feito.--- acrescentou o outro guarda.
O rei dos ratos aconselhou ao homem a voltar à aldeia dos pássaros para obrigá-los a enterrar o animal morto mas o homem achou melhor não incomodar tanto aos pássaros como aos ratos e continuou a sua viagem e o morcego, por ser hipócrita, não foi enterrado por ambos e secou naquele entroncamento. Desde daquele, mortos, os morcegos não apodrecem, secam.
Literatura JC, 2009