A Gangorra da Vida
Nada é transparente
Quando tudo piora,
O choro se faz presente,
O teto cai, não demora.
A janela se fecha, carente,
A parede triste chora.
Pela porta da frente,
Convidada de outrora,
Entrou toda sorridente,
Com olhar que monitora.
Se viu apaixonadamente
Pela paz que agora implora.
Chega e sai a toda hora,
Quando se sente ausente;
Bate asas e vai embora,
E só retorna novamente,
Forçando vontade motora,
Não quebrando a corrente.
Tudo na vida se aprimora
Enquanto somos viventes;
E assim nesta gangorra,
Nós sorrimos comoventes,
Choramos a vida opressora,
Vivendo como transeuntes.
Edbento