A flor

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 04 de Dezembro de 2025 ás 16h 34min

Eu sou a folha seca que o outono beijou e matou 

 

No ar, um bailado lento, 

desprendendo-me do galho amigo, 

um adeus silencioso à vida verde, 

à dança sob o sol de verão. 

 

O outono chegou, 

em tons de terra e melancolia, 

e seus lábios frios, 

de vento e orvalho matinal, 

tocaram-me suavemente. 

 

Não foi um beijo de amor eterno, 

mas sim, um sussurro de despedida, 

um convite gentil à terra, 

ao abraço da mãe nutridora. 

 

Sinto a seiva esvair-se, 

a cor vibrante desvanecendo, 

transformando-me em pergaminho, 

onde o tempo escreve sua história. 

 

Já não anseio pelo sol, 

nem pela chuva passageira, 

aceito o destino traçado, 

o ciclo inevitável. 

 

Agora, sou frágil e quebradiça, 

um véu translúcido ao vento, 

dançando sobre a relva fria, 

rumo ao meu repouso final. 

 

O beijo do outono, 

um fim sereno, 

uma promessa de renascimento, 

na primavera que virá.

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