A Flor que Me Prendeu
Poemas | 2025 - Antologia Ingrid Mohr e Convidados - A arte de viver | Rose CorreiaPublicado em 19 de Novembro de 2025 ás 07h 01min
Sinopse:
Um eu lírico revive a história de uma flor que transformou sua liberdade em amor — e depois em prisão emocional. O poema narra o encanto, a perda e o desespero de tentar recuperar o que já estava enraizado em outro lugar.
A Flor que Me Prendeu
Meus dias foram regados de alegria e amor,
momentos que vivi ao lado
daquela linda flor.
Mas um vento insano veio de longe
e, sem pudor algum,
tirou ela de mim,
levou-a para perfumar um outro jardim.
Aqui ficou seu perfume,
que devagar me consome;
à noite, em meio à loucura,
ainda grito seu nome.
E, na ilusão de trazê-la de volta para mim,
deixei-me levar pela emoção
e, num surto de amor,
tentei um ato impensado:
queria, loucamente, minha flor ao meu lado.
Entrei ali, no jardim,
tentei levá-la de volta,
feri suas pétalas,
machuquei seu tronco,
mas ela estava enraizada.
Perdi minha linda flor.
Hoje vivo aprisionado
nas lembranças desse amor.
Não houve força que segurasse
o vento que veio buscá-la;
contra ele, nada pude —
o peito rasgou ao meio,
não há remédio que cure.
Por: Rose Correia