Carrego em mim um mundo oculto,
Histórias que ninguém lê,
Um silêncio que grita alto,
Mas que poucos sabem ver.

Amo acolher os que sofrem,
Mas escondo o que me aflige.
Faço do riso um escudo,
Mesmo quando a dor me atinge.

Sou chama viva e intensa,
Mas mostro apenas faíscas.
O que sinto, eu sinto com a alma,
Mas guardo em sombras místicas.

Dou chances até demais,
Acredito no que é bonito.
Mas o mundo nem sempre retribui,
E o coração sofre, atrito.

Sorrio quando quero chorar,
Faço do gesto um refúgio.
Quem me faz rir no caos
É um tesouro sem vestígio.

Minha lealdade é um farol,
Mesmo quando a dor insiste.
Não sei virar as costas,
Mesmo que a ferida persista.

Escolho o silêncio não por medo,
Mas para me preservar.
O que se cala não se perde,
O que se expõe pode quebrar.

Paixão em mim é tormenta,
Um mar que transborda e arde.
Mas guardo o fogo em segredo,
Para não perder o que me invade.

Entre gestos e entrelinhas,
Busco o meu próprio caminho.
Sou feita de entrega e esperança,
Mas também sou feita de espinhos.

E assim sigo, intensa e livre,
Com um coração que pulsa e crê.
No amor, na esperança, na vida,
E em tudo o que eu ainda serei.

Nem sempre sou compreendida,
Mas nunca deixo de sentir.
Cada olhar, cada palavra,
Deixa marcas dentro de mim.

Sou um oceano profundo,
Onde a superfície é serena,
Mas nas profundezas escondo,
Uma alma forte e plena.

Não sou de me entregar fácil,
Mas quando amo, é pra valer.
Minha presença é constância,
Mesmo quando querem esquecer.

Carrego o peso das memórias,
E a esperança no porvir.
Mesmo cansada, sigo em frente,
Ainda tenho muito a sentir.

E se um dia me perguntarem,
Por que insisto em acreditar,
Direi que a vida é um ciclo,
E o amor sempre volta a brilhar.