A dor que não se nomeia

Poemas | Dolores Flor
Publicado em 06 de Abril de 2025 ás 17h 57min

 

No recanto onde a brisa se desfez,
ergue-se a lembrança em véu contido;
é teu perfume, sutil, que uma vez
ficou no tempo, suspenso, esquecido.

 

A alma, em silêncio, curva-se ao cansaço,
pois cada suspiro revela um desejo.
E ao tentar conter-te no compasso,
a lágrima desce — sem beijo, sem ensejo.

 

Os olhos já não guardam a firmeza,
há um brilho no olhar que não mente.
Foste promessa envolta em beleza,
mas jamais flor no jardim presente.

 

Por entre sombras, guardo o que és —
não como posse, mas como segredo.
E assim prossigo, sem rastro nos pés,
carregando um sentir que me toma em degredo.

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