Na tapeçaria dos dias, dançam sentidos,
Como pinceladas de cores no céu do amanhecer.
A percepção, sutil, é o fio entretecido,
Na busca do que é real e do que é parecer.
Os olhos são janelas para o mundo,
Mas o que vemos é apenas uma fração.
A mente traduz, com vigor profundo,
Os sinais dos sentidos, em busca de compreensão.
A realidade é moldada pela perspectiva,
A visão, o tato, o gosto e o som.
Cada um cria sua própria narrativa,
Na complexa trama que chamamos de "dom".
A cor de uma flor, o toque da brisa,
A doçura de um beijo, a melodia da canção,
São realidades distintas, cada qual precisa,
De nossos sentidos para encontrar seu chão.
Mas lembre-se, a percepção é uma lente,
A realidade é multifacetada, diversa.
O que vemos, o que sentimos, é somente,
Uma peça do quebra-cabeça da vasta Universa.
Assim, na dança dos sentidos, compreendemos,
Que a realidade é uma tapeçaria tecida,
Com os fios da percepção, nós a rendemos,
E a beleza da vida é na diversidade da vida compartida.
Em Poemas Filosóficos. Editora Ações Literárias, 2024