A chuva
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 21 de Dezembro de 2025 ás 12h 48min
A chuva cai mansamente sobre o jardim da infância.
Gota a gota,
um sussurro na terra,
um beijo nas pétalas.
Os balanços parados,
esquecidos da alegria estridente,
agora embalados por uma brisa suave,
música silenciosa da tarde.
Os escorregadores,
espelhos molhados,
refletindo o céu cinzento,
onde a imaginação colorida
espera pelo sol.
As flores,
pequenos guarda-chuvas naturais,
erguiam-se firmes,
bebendo a água fresca,
fortalecendo suas raízes.
O cheiro da terra molhada,
um perfume nostálgico,
mistura-se com a lembrança
de risos e canções,
de mãos dadas e descobertas.
As janelas da sala de aula,
embaçadas pelo frio,
guardam desenhos coloridos,
histórias inacabadas,
sonhos adormecidos.
A chuva continua,
mansa e constante,
lavando o pó da brincadeira,
preparando o jardim
para um novo amanhecer,
para novas aventuras.
A chuva cai mansamente,
sobre o jardim da infância,
um berço de memórias,
eternamente verde,
eternamente jovem.