Um grupo de irmãos moravam no interior de uma pequena cidade e com frequência saiam para brincar debaixo de uma bela e frondosa árvore, sempre após o almoço. Eles atravessavam o curral, em seguida passavam pelo pasto do gado, atravessavam o rio através de uma pinguela e logo alcançavam a árvore no meio da mata, lá brincavam a tarde toda, cavavam buracos para represar água, construíam cercas com galhos secos, espalhavam seus brinquedos improvisados com latas e embalagens vazias, pequenos troncos eram usados como bancos, entre outros.

No final do dia, após muita diversão voltavam para casa, tomavam banho no rio, jantavam, ouviam seus pais contarem histórias e finalmente iam dormir. Passados alguns dias eles novamente voltavam para brincar debaixo da árvore encantada e ao chegar a surpresa era sempre a mesma, não havia sujeira, não havia brinquedos espalhados, os troncos colocados em forma de círculo, não havia buracos, as cercas de galhos secos já não existia, tudo na mais perfeita ordem, não havia rastros, não tinham vizinhos próximos e, novamente cavavam, sujavam, construíam cercas e no fim do dia iam embora.

Quando voltavam depois de alguns dias novamente havia sido feita a faxina em baixo da árvore e assim aconteceu por muito tempo, até que seus pais se mudaram e o grupo de irmãos jamais descobriu quem partilhava com eles da sombra mística daquela árvore no meio da mata.