Na pia repousam, em prol do brio,
Pratos cansados de um longo jantar.
Alguns mais leves, de passatempo,
Outros que a gordura teima em manchar.
Louças engorduradas exigem paciência,
A água quente, o sabão aliado.
Esfrego com vigor e perseverança,
Até que o brilho seja restaurado.
As facas afiadas, de corte preciso,
De molho deixo para facilitar.
E os copos, frágeis, delicados no toque,
Dão-se à espuma, rápidos a brilhar.
Panelas pesadas, feridas de óleo,
Reclamam atenção, braços fortes no pulso.
Com esponja áspera, vigor incansável,
Transformo o caos num sereno fluxo.
E logo vêm os talheres finos,
Que na batalha foram os primeiros.
Enfileirados, banhados de luz,
Param na grade, escorrem inteiros.
Aos poucos, a pia resplandece limpa,
As louças todas, postas a secar.
A ordem reina na cozinha agora,
O trabalho findo, o lar a abraçar.
Assim, a dança completa se encerra,
A organização reina imaculada.
A cozinha reluz com seu novo estado,
Um templo de paz, pela mão dedicada.