São 5 e o sol desponta, tímido e sereno,
Quase 6, e a aurora pinta o céu com o ameno,
E por isso, em cada raio, o dia se abre,
Como uma página em branco, uma história a escrever.

São também quase 7, e a manhã se desdobra,
Os primeiros passos do sol, a beleza que sobra,
E logo serão quase 8, as horas fluindo como rio,
Cada momento um tesouro, um encontro com o vazio.

Hoje já é quase amanhã, a noite se aproxima,
O tempo dança em espirais, o relógio se anima,
Mas amanhã, bem,
Amanhã é quase maio, e o maio, como contam,
É um quase dezembro, histórias que se encontram.

Mas o agora, ah, o agora é um instante sem fim,
O céu alaranjado, como sonho que alcança seu fim,
A brisa é um vitral, azul, como o abraço do mar,
O presente é um presente, que em nossas mãos quer ficar.

Está chegando o sol, a lua esconde seu brilho,
Na tapeçaria celeste, o cenário é tranquilo,
E no meio do tempo, a vida encontra seu abrigo,
O agora é eterno, um retrato de um momento amigo.

O agora é completo, um presente que perdura,
Cores e astros, num cenário que se mistura,
No instante sem pressa, no tempo que é inteiro,
O agora é um refúgio, um bálsamo verdadeiro.