Essência

                     Vanice Ricardo do Nascimento 

Era uma mulher

Já não tinha a pele jovial, cabelos brilhosos

Seu sorriso tímido mostrava a falha canina

Havia sinais de sua idade no rosto.

Era uma mulher com todos os medos

De não ser  mais jovem

De não ter mais confiança nos outros

De ser descartada pela idade que tem.

Mas como era primavera essa mulher

Pisada, murcha e esquecida pelos outros

Mas resistente e nutrida de sua essência

A mulher que se fez da menina.

Semblante de  alegria contínua

Uma alegria madura de quem não rir de tudo

Sorrir para o vento, as estrelas o  mar...

Para a calmaria de saber ser o que é.

Criatividade de viver

                            Vanice Ricardo do Nascimento

 A rua que moro não tem paredes de artes

Seus muros são envelhecidos

Mato crescido, e com lixo sempre

Há um feiura carente de criatividade.

Apesar de tanta gente:

Homens padeiros, vendedores, pedreiros..

Há homens nas esquinas sem fazerem nada

 Alguns senhores e senhoras aposentados.

Assistem a mesmice cena sem brilho

Sem arte pintada, cantada, declamada ...

Presenciam aumento de assalto assustados

Indagam por que houve aumentos.

Enquanto os meninos e meninas crescem

Naquela rua escura, abandonada de emoção

Da criatividade de ensinar a viver

Das cores das artes de rua.